Conceitos

EMPREENDIMENTO SOCIAL

ECONOMIA SOLIDÁRIA

TECNOLOGIA SOCIAL

 

Empreendimento Social

O que caracteriza o “empreendimento social” é a execução de ações que permite que cidadãos, individualmente ou organizados em algumas formas de empresa, a melhorar sua qualidade de vida, por meio de iniciativas econômicas realizadas de maneira sustentável.

O “empreendedor social” estimula a ação dos cidadãos nas esferas politicas e econômicas. Assume os valores da Economia Solidária, dissemina tecnologias e inovações produtivas, utiliza técnicas de gestão participativa estimulando o envolvimento de todos na criação de espaços públicos onde construir uma sociedade justa e democrática.

 

Economia Solidária

Economia Solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem.

A economia solidária vem se apresentando, nos últimos anos, como inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão social. Compreende uma diversidade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário.

Nesse sentido, compreende-se por economia solidária o conjunto de atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizadas sob a forma de autogestão. Considerando essa concepção, a Economia Solidária possui as seguintes características:

  1. Cooperação: existência de interesses e objetivos comuns, a união dos esforços e capacidades, a propriedade coletiva de bens, a partilha dos resultados e a responsabilidade solidária. Envolve diversos tipos de organização coletiva: empresas autogestionárias ou recuperadas (assumida por trabalhadores); associações comunitárias de produção; redes de produção, comercialização e consumo; grupos informais produtivos de segmentos específicos (mulheres, jovens etc.); clubes de trocas etc. Na maioria dos casos, essas organizações coletivas agregam um conjunto grande de atividades individuais e familiares.
  2. Autogestão: os/as participantes das organizações exercitam as práticas participativas de autogestão dos processos de trabalho, das definições estratégicas e cotidianas dos empreendimentos, da direção e coordenação das ações nos seus diversos graus e interesses, etc. Os apoios externos, de assistência técnica e gerencial, de capacitação e assessoria, não devem substituir nem impedir o protagonismo dos verdadeiros sujeitos da ação.
  3. Dimensão Econômica: é uma das bases de motivação da agregação de esforços e recursos pessoais e de outras organizações para produção, beneficiamento, crédito, comercialização e consumo. Envolve o conjunto de elementos de viabilidade econômica, permeados por critérios de eficácia e efetividade, ao lado dos aspectos culturais, ambientais e sociais.
  4. Solidariedade: O caráter de solidariedade nos empreendimentos é expresso em diferentes dimensões: na justa distribuição dos resultados alcançados; nas oportunidades que levam ao desenvolvimento de capacidades e da melhoria das condições de vida dos participantes; no compromisso com um meio ambiente saudável; nas relações que se estabelecem com a comunidade local; na participação ativa nos processos de desenvolvimento sustentável de base territorial, regional e nacional; nas relações com os outros movimentos sociais e populares de caráter emancipatório; na preocupação com o bem estar dos trabalhadores e consumidores; e no respeito aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Considerando essas características, a economia solidária aponta para uma nova lógica de desenvolvimento sustentável com geração de trabalho e distribuição de renda, mediante um crescimento econômico com proteção dos ecossistemas. Seus resultados econômicos, políticos e culturais são compartilhados pelos participantes, sem distinção de gênero, idade e raça. Implica na reversão da lógica capitalista ao se opor à exploração do trabalho e dos recursos naturais, considerando o ser humano na sua integralidade como sujeito e finalidade da atividade econômica.  Ver em https://www.mte.gov.br/ecosolidaria/ecosolidaria_oque.asp

 

Tecnologia Social

É a aplicação sistemática e participativa de Conhecimento (métodos, técnicas, processos e produtos) com ações voltadas para a inclusão social e cidadania, para solução de problemas identificados pela comunidade.

Ações que devem ter como pontos norteadores:

  • o respeito à própria comunidade (sua organização social, cultura, economia, ... );
  • o respeito ao meio ambiente;
  • a democratização do saber, no sentido de garantir a todos os seres humanos o acesso aos meios de geração e disseminação do conhecimento, este visto como um direito humano fundamental;

O que faz com que uma determinada tecnologia possa receber o adjetivo de “social” é a “intencionalidade” dos atores que participam do processo de sua aplicação.

O conceito "tecnologia" pode ser adjetivado como "apropriada”, “alternativa”, “sustentável” são conceitos, mas o que determina a sua função “social” é:

  • a promoção do desenvolvimento social e econômico;
  • o resgate da cidadania e o estabelecimento de relações éticas em todas as atividades humanas.
  • o avanço da justiça social, a equidade, a solidariedade social-
  • o respeito ao meio ambiente;
  • o estímulo à participação na formulação de políticas públicas.

A produção dos “saberes” do conhecimento não é privilégio de uns poucos iluminados, da “academia” ou dos “donos dos meios de produção”, afinal “todos os homens são filósofos”  (Gramsci).

Para aprofundar mais o conceito de tecnologia social ver em "https://www.itsbrasil.org.br"